Quando se pratica a natação como esporte, uma das coisas a serem aprendidas desde cedo é a “etiqueta” da piscina. Regras de convivência “aquática”, se vocês me entendem. As principais dizem respeito ao compartilhamento da raia.
Dividir raia com outro nadador é inevitável quando se treina em uma equipe, como eu fiz durante mais de uma década. Às vezes éramos 3 nadadores na mesma raia, o que nos obrigava a respeitar o “trânsito”: ir pela direita e voltar pela esquerda. Sempre.
Também são inevitáveis, quando se divide uma raia, os momentos em que os nadadores se cruzam dentro d’água. Quando há somente duas pessoas na mesma raia o problema é mínimo: basta que se esteja atento para evitar dar (ou receber) braçadas no momento do cruzamento. A situação fica um pouco mais complicada quando um dos nadadores é muito mais veloz do que o outro, porque, nesse caso, são vários os momentos em que precisará ultrapassar a outra pessoa e isso envolve uma logística um pouco mais delicada. Nada, porém, que não possa ser realizado com um mínimo de atenção.
Todo esse preâmbulo foi feito para dizer que, nos meus últimos treinos, tenho sido vítima de uma verdadeira pancadaria dentro da piscina. Alguns dos meus colegas nadadores realmente não aprenderam o básico do básico em termos de circulação no interior das raias. Na segunda-feira, por exemplo, levei um baita chute no meu cotovelo esquerdo. A autora da proeza nadava peito na raia ao lado da minha e, como eu estava de costas, não consegui ver que ela se aproximava perigosamente. Claro que ela me viu, porque estava nadando de frente, mas parece que esperar que evitasse a colisão era um pouco demais... Como desgraça pouca é bobagem, o cotovelo atingido foi o esquerdo, aquele que vem sendo carinhosamente tratado de uma tendinite faz meses. Na hora em que o pé dela me atingiu, vi estrelas.
No mesmo dia tive o infortúnio de dividir raia com a criatura mais “babona” de treino que já vi (e olha que conheci algumas peças raras na época em que nadava no Praia Tênis Clube, em Vitória): ela chega mais tarde, fica enrolando na beira da piscina, conversa o tempo todo com o treinador, pára uns 2 metros antes da borda e “anda” até lá, rouba descaradamente na contagem... Nada disso teria importância se eu não estivesse na mesma raia que ela. Aí a coisa é infernal, porque o que deveria ser o cruzamento oposto (eu indo e ela voltando e vice-versa) passa a ser a ultrapassagem com uma freqüência muito maior do que a desejada (claro, ela está sempre babando o treino!!!). Aí, já viu: toca a desviar dela, a mergulhar para não levar uma braçada, a me encolher junto da raia para não ser “chutada”. Um verdadeiro horror!
Amanhã tenho treino novamente. Só espero não apanhar tanto quanto na segunda-feira.
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3 comentários:
Bastou amanhecer um pouco mais frio para metade dos nadadores resolverem ficar em casa. Resultado: uma raia inteirinha para mim! ;)
Se foi nadar é sinal de que está sarada!!!!!!!!!!!!
ahhahaha.. tá faltando a cena do palmar. Pancada de PALMAR é de matar qualquer um. Também dá prá acertar os outros... "sem querer" é claro... ;)
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