quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Retratos patéticos de um país sem justiça

Cena 1
Hoje cedo, cruzava tranqüilamente o saguão do aeroporto internacional Tancredo Neves, em Minas Gerais, o homem da mala preta, Marcos Valério. Os cabelos e os óculos escuros não disfarçam a desfaçatez de quem não sente um pingo de vergonha por seus atos. Ele tem razão: a vergonha é nossa, porque convivemos com a corrupção como se ela fosse constitutiva da identidade nacional.

Cena 2

Jornal Hoje, Rede Globo de Televisão. O responsável por um dos institutos onde é feita a
análise e fiscalização do leite produzido em Minas Gerais dá entrevista sobre o escândalo recente. Nas palavras da "otoridade": "A adição de soda cáustica e água oxigenada ao leite sempre aconteceu. A quantidade utilizada agora é que saiu do normal". Gostaram do "normal"? Pois foi exatamente isso que o engravatado disse...

Pergunta: Será que sou a única a perceber um padrão aqui???

Sphere: Related Content

3 comentários:

Unknown disse...

Lamentável! Provavelmente ele andava com a mesma desfaçatez com que o faz o José Carlos Gratz ali em frente de casa em Vitória. 88 processos contra ele, e ele andando por ali, tomando café na esquina...

Há um padrão sim. O da impunidade e o da sem-vergonhice!

Berná disse...

Mas é claro que existe um padrão...
O problema é que estamos perdendo a capacidade de nos indignar, tantos são os descalabros, horrores e episódios de desfaçatez explícita a que estamos diariamente expostos...
Será que há alguma esperança de que isso se modifique? A longo prazo, pelo menos???

Unknown disse...

Eu continuo a me indignar, só não tenho uma AK-47!!!