C.F.A.

Embora tenha sangue basco e fama de irritada, procuro, em situações profissionais, não perder a cabeça. Às vezes surpreendo a mim mesma quando consigo manter a calma mesmo diante de pessoas cuja intenção explícita é me prejudicar. Quarta-feira passada tive uma reunião com outras 3 pessoas que, claramente, resolveram me colocar contra a parede. Ainda não sei por que e não encontrei meios de descobrir.
O resumo da ópera é o seguinte: tenho de preparar, em 2008, uma edição seriada dos meus livros para o Ensino Médio. Até aí, nada de novo. Eu já sabia do trabalho e também já tinha consciência de que me ocuparia integralmente. Ocorre, porém, que, há mais de 10 anos, escrevi um material didático para um sistema de ensino que é da mesma editora que publica meus livros. Seria lógico, portanto, que houvesse algum interesse por parte dos dois diretores presentes à reunião em encontrar uma solução para que eu pudesse dar conta dos dois trabalhos, certo? Errado, erradíssimo!
Na tal reunião, a pessoa responsável pela reedição de um dos materiais do sistema de ensino me tratou como uma pessoa irresponsável, que não cumpre prazos, fica pedindo prorrogações, não faz o que foi combinado. Nada mais distante da realidade. Se tem algo que me deixa doente da vida é quem assume compromissos e, depois, não dá conta de cumpri-los. Razão pela qual, se eu assumo fazer alguma coisa, faço. Nem que para isso seja necessário varar noites e trabalhar de segunda a segunda.
Por que essa criatura assumiu tal postura em relação a mim? Não sei, mas a única hipótese possível é a de que ela pretende que eu abra mão do material e, com isso, possa contratar outro autor para fazer o que era feito por mim.
Fiz de conta que não entendi, agüentei a reunião até o fim e pedi um tempo para pensar, já que, como o material também terá de ser preparado em 2008, preciso criar condições para levar os dois projetos (seriada e material do sistema de ensino) ao mesmo tempo. Solicitei apenas que essa pessoa me enviasse o outline da nova edição, para que eu pudesse avaliar qual é o tamanho do trabalho em função de todas as alterações a serem feitas.
Ela saiu da reunião prometendo me mandar esse outline no mesmo dia. Recapitulando: a reunião aconteceu no dia 14 de novembro.
Como o tal outline não chegou, enviei um e-mail, dois dias atrás, reforçando o pedido. Nada. Ontem liguei para um dos diretores da editora que também esteve presente na reunião e testemunhou o meu pedido e a promessa. Ele se prontificou a telefonar para a criatura, na mesma hora, e dizer a ela que providenciasse o envio do material. Nada.
O sangue basco pede que eu telefone lá e diga poucas e boas a essa indivídua. Não vou fazer isso, principalmente porque, se a intenção dela é se livrar de mim, vai quebrar a cara. Não existe qualquer possibilidade de eu jogar fora 11 anos de trabalho só porque ela não vai com a minha cara. Naninaninão!!!
Mas preciso desabafar, porque também não sou de ferro e o stress dos últimos dias tem crescido exponencialmente. Então, resolvi propor, em homenagem a essa editora infeliz, uma nova teoria dos conjuntos que, tenho certeza, reflete bem muitas outras situações semelhantes e descreve com maestria os participantes da tal reunião:

From now on, darlings Mds, let's kick some Z butts!

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