terça-feira, 18 de setembro de 2007

Eu não disse?

Não sei se vocês sabem, mas a Bienal de Livros do Rio realizou, no dia 13 de setembro, uma mesa-redonda com alguns dos autores dos livros sobre Cabul. Parece que a coisa pegou fogo. E a profundidade das declarações faz duvidar da capacidade literária desses autores.
Destaque para a metáfora escolhida pela americana Deborah Rodriguez, aquela que se especializou em salões e escolas de beleza afegãos: "O Afeganistão é como uma cebola, cada vez que descascamos uma fatia, descobrimos outra".

Gostaram? Eu adorei! Digamos que é uma metáfora... bulbosa com grande potencial para germinar!

Transcrevo, a seguir, a notícia publicada no Blog Verdes Trigos.

Afeganistão vira 'cebola' em mesa da Bienal do Rio

Autora de "O Salão de Beleza de Cabul" diz que o país, como o bulbo, tem muitas camadas

SYLVIA COLOMBO - ENVIADA ESPECIAL AO RIO

"O Afeganistão é como uma cebola, cada vez que descascamos uma fatia, descobrimos outra." Foi desse modo bastante didático que a norte-americana Deborah Rodriguez definiu o país onde viveu por cinco anos e no qual ambientou seu romance "O Salão de Beleza de Cabul".
A ex-cabelereira, hoje celebridade literária, debateu as dificuldades de comunicação entre Ocidente e Oriente com o afegão Shah Muhammad Rais ("Eu Sou o Livreiro de Cabul") e o argelino Yasmina Khadra ("As Andorinhas de Cabul"), anteontem, no primeiro dia da 13ª Bienal do Livro do Rio.
O encontro foi marcado por diferenças entre os autores com relação a vários temas, violência, direitos humanos, pobreza e fanatismo religioso. Mas, apesar das divergências, o debate não decolou. O formato não permitiu discussão entre os participantes, pois os temas eram lançados a cada um separadamente, sem réplicas.
Muhammad Rais atacou a norueguesa Asne Seierstad, que publicou "O Livreiro de Cabul", baseada em sua experiência depois de viver com sua família, no Afeganistão. "Fiquei com a impressão de que ela entrou numa dessas lojas de tecido indianas, onde tudo é muito colorido e muito fácil de se confundir. Ela não entendeu nada do que viu", disse.
Yasmina Khadra foi agressivo o tempo todo, deixando claro que não quer ser misturado ao filão literário dos "autores de conflito". "Escrevo há 25 anos, tenho 19 livros. Sempre avisei o Ocidente, mostrando que sua maneira de impor a verdade nos levaria a uma crise de enfrentamento. Não me ouviram, aí está o resultado."

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