Empreendedorismo brazuca!

4h da madrugada, aeroporto de Juazeiro do Norte (Ceará). Os muitos passageiros que esperavam o vôo da GOL - única possibilidade de deixar a cidade antes de segunda-feira - procuravam o que comer.
Quando estive na cidade (e no mesmo aeroporto), quatro anos atrás, era difícil até conseguir comprar uma garrafinha de água mineral. Hoje, a situação é outra. Avista-se, ao lado da sala de embarque, o logotipo familiar da Casa do Pão de Queijo.
Aproximo-me do balcão para comprar um pão de queijo e descubro que a idéia de fila ainda é completamente estranha à população local. Quando sou finalmente atendida, recebo a informação de que os pães de queijo tinham acabado. Como havia um atraso de mais de hora previsto para o vôo, pergunto quanto tempo demora a próxima fornada. Resposta da funcionária: não vamos fazer mais. Detalhe: havia, atrás de mim, várias outras pessoas com o mesmo objetivo (comprar um pão de queijo).
Não parece lógico que, sendo a única opção de alimentação do aeroporto, a turma da Casa do Pão de Queijo aproveitaria a oportunidade para vender o máximo possível?
Parece que no sertão do Cariri a lógica do mercado é outra: faz-se uma fornada de pães de queijo, quando ela acabar, suspendem-se as vendas. Constatei, estarrecida, o retrato do empreendedorismo brazuca em ação.

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