sexta-feira, 18 de abril de 2008

A garça filósofa



Contemplo o lago mudo

Que uma brisa estremece.

Não sei se penso em tudo

Ou se tudo me esquece.


O lago nada me diz,

Não sinto a brisa mexê-lo

Não sei se sou feliz

Nem se desejo sê-lo.


Trêmulos vincos risonhos

Na água adormecida.

Por que fiz eu dos sonhos

A minha única vida?

Fernando Pessoa. Cancioneiro.

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Um comentário:

Unknown disse...

Aiii...

Por vezes tenho a vontade de ser uma garça dessas ai.