quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Não, nem todas as brasileiras são putas!

Será que temos que dizer assim claramente?

Esse estigma persegue as mulheres brasileiras. Talvez fruto de muita propaganda feita no exterior de  "samba, mulata e carnaval". Desde tempos imemoriais o nosso governo só faz esse tipo de propaganda. O que se vende no exterior? Aqui "nestepaiz" não há cérebros, mas, tão somente, bundas!

Em qualquer exposição de mostra brasileira no exterior, o que se vê? Samba, caipirinha, mulatas, mato e carnaval! No máximo Paulo Coelho e seu rabicó! Será que somos só isso?

O que dizer da Mestranda de física da USP, que, sem qualquer explicação plausível, ficou retida por horas no aeroporto de Madrid e foi deportada de volta ao Brasil ? No Instituto Superior Técnico de Lisboa, onde se realizou o congresso na semana passada, afixou-se um pôster com o aviso em inglês: "Patrícia Camargo Magalhães, 23 anos, mulher. Deportada para o Brasil pelas autoridades espanholas".

"Suas passagens foram pagas com dinheiro da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Ela tinha reservas em um hotel de Lisboa. Levava 490 euros (R$ 1.251) em dinheiro, além de cartões de crédito e material para a estadia.
Em vez do congresso, no entanto, Patrícia passou três dias presa no aeroporto de Madri.
Em uma das salas em que ficou confinada em companhia de 30 brasileiros e de outros tantos venezuelanos e africanos, com apenas 9 metros quadrados e fechada por duas portas blindadas, foi obrigada a dormir e alimentar-se no chão, por causa da superlotação. Para piorar, tinha sido privada de objetos de higiene pessoal, inclusive escova de dentes.
O argumento para a "negação de entrada na fronteira", Patrícia só conheceu na terça-feira passada, pouco antes de ser levada ao avião da Iberia que a traria de volta ao Brasil: "Carece de documentação adequada que justifique o motivo e condições relativas a sua estadia", dizia a carta que recebeu com o timbre do Ministério do Interior da Espanha. No campo reservado para a discriminação dos documentos faltantes, entretanto, nada foi escrito."

http://www1.folha.uol.com.br/

Se isso não é atentado aos direitos humanos, o que é? Se isso não é discriminação por conta dela ser nova, mulher e brasileira, o que mais é ? E isso por acaso não é racismo? Em certo momento da prisão, todos os homens foram liberados para entrar no país. Ficaram as mulheres, todas, obviamente classificadas aos olhos das autoridades espanholas como "putas".

Nenhuma intervenção do consulado brasileiro na espanha. Como se explica isso? Patrícia, corra atrás dos seus direitos que são os nossos! Vá ao Ministério Público e exija providências que cobrem do consulado o porquê de sua não intervenção. Vá ao Itamaraty e perturbe o suficiente para que o governo espanhol seja admoestado por essa atitude absurda.

Governo Brasileiro, por favor, PARE de fazer propaganda de que NESTEPAIZ só se valoriza bunda! Povo brasileiro, por favor, deixe de ser idiota e pare de assistir BBB e de ouvir Créu e de só valorizar bunda mesmo!

Europeus, prestem atenção. Parem de palhaçada com ONGS cobrando direitos humanos aqui e vão tomar conta do quintal de sua própria casa!

Sorry aos nossos Mean Readers, mas, por vezes, faz-se necessário que se deixe um pouco o humor de lado e que se utilize um pouco mais de "ênfase" em um ou outro post!

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6 comentários:

Berná disse...

Excelente post, Coca!!! Não há limites para a indignação que se deve sentir nessas horas, e a reação nossa tem mesmo de ser explícita, sem meias palavras. Você está certíssima!
Hoje foi essa a primeira notícia que li na Folha, sem acreditar no que estava lendo.... além de todos os problemas horríveis pelos quais passaou, além de todo o constrangimento, a pobre moça tem agora de prestar contas à FAPESP, pela passagem que comprou initilmente...
INACREDITÁVEL!!!!!

meme disse...

Isso mesmo, Berná e Coca. É o fim do mundo à direita!!! Shame on them!

Gigi disse...

Agora só falta a FAPESP pedir reembolso... pfff... Passar pela graduação em Física (que é um inferno) e entrar no mestrado pra passar por isso? Ninguém merece...

Por acaso isso nunca me aconteceu. O máximo foi um guarda de fronteira que viu a minha foto no passaporte e riu.

(Mas eu até concordo que tava ridículo, a foto do visto era impresso em papel com fibras e tinha lá, uma fibrona bem na minha testa, formando uma monocelha...)

Flower Nakamura, ME disse...

Parabéns para a Patrícia, que decidiu processar o governo espanhol e também o serviço consular brasileiro. Sobre este último, aliás, cabe a pergunta: para que serve? Se uma brasileira é tratada dessa maneira absurda, pede ajuda do serviço consular e é solenemente ignorada, o melhor é fechar a porta da embaixada em Madri e mandar o povo de volta para casa, porque a vida boa que levam no exterior, às nossas custas, é beeem carinha....

Anônimo disse...

É isso aí, Coca! Você tocou em todos os pontos importantes do caso! O governo brasileiro e os "marqueteiros" do Brasil no exterior também tem que ser cobrados pela imagem que vendem do Brasil! Fora e aqui dentro também. Esses diplomatas que vivem às nossas custas e nada fazem quando necessário. E quem cobra direitos humanos e não os garante aos outros! Parabéns pelo texto. E pela divulgação da carta, Berná!
Abraços da LALAU

Anônimo disse...

Como Europeu e Português, acho que os "exemplares" que para cá têm enviado não ajudam a limpar esta imagem.