sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Indignidades necessárias


Hoje foi dia de dentista. Mais especificamente, dia de fazer a profilaxia agendada para o primeiro semestre de 2009. Faço uma a cada 6 meses, combinada com a revisão periódica.
Já tive muita dor de dente na vida para brincar com o assunto. Imaginem vocês que meu primeiro tratamento de canal aconteceu quando eu tinha 9 anos e ainda não tinha me livrado de todos os dentes de leite. Também já fui procurar um otorrino imaginando estar com o ouvido inflamado só para descobrir que o problema era no dente (outro canal, claro!).

Por tudo isso, faço questão de cuidar muito bem dos meus dentes e a profilaxia/revisão semestral é condição para que isso ocorra. Mas, sempre que me vejo naquela cadeira, com a boca escancarada, fico pensando que é uma situação muito indigna.
Lá está você, com a boca aberta, enquanto alguém passa jatos e mais jatos de água para fazer a limpeza dos dentes (mesmo que a gente siga religiosamente as recomendações para a escovação diária, nada impede a formação do maldito tártaro!!!). Não demora muito para você começar a sentir que gotas de água vão escapar da boca. Sim, meus queridos leitores, não há como não babar na cadeira de um dentista!
Aí, o jeito é tentar, por entre as várias mãos que se ocupam da sua boa (2, se for somente o dentista, ou 3, se houver uma assistente), usar aquele maldito guardanapinho que sempre te entregam e que, não importa a manobra que você faça, jamais dá conta de evitar a baba.
Passados os jatos d'água, superado o imenso desconforto daquele zumbido terrível quando o processo alcança os dentes da parte de trás da arcada, é chegada a hora do bicarbonato de sódio. Ou, como disse a minha bem-humorada dentista: é a hora do banho de mar! Sim, porque agora as suas opções são maravilhosas: engolir água salgada ou.... babar!

Mas o momento final da tortura ainda não chegou. Quando o tártaro foi devidamente eliminado, você recebe um potinho com flúor. E tem de dar conta de ficar bochechando aquela aguinha por um tempo que se estende infinitamente. Vocês já repararam como é difícil bochechar até o final?
Por fim, você volta para casa com a sensação de dever cumprido e um gosto estranho na boca (flúor + bicarbonato não são a mistura mais palatável do universo) que vai demorar a desaparecer.

Se, pelo menos, isso for o suficiente para mais 6 meses sem dor de dente, maravilha! Pode marcar a próxima sessão que eu volto sem pestanejar.

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Um comentário:

Berná disse...

AHÁ! Então não sou só eu que tenho dificuldades em bochechar o conteúdo daquele copinho até o final... A gente fica ali torcendo, no fim, para ouvir o bendito "pode cuspir", que não chega nunca...