sábado, 8 de março de 2014

Alô, alô, responda...

Existem alguns comportamentos que eu sou incapaz de compreender. Acho que eles indicam um abandono total do bom senso (e, em alguns casos, também do bom gosto, mas isso é discussão para poetas portugueses barbudos do século XIX). 
Ontem, por exemplo, tive a oportunidade de testemunhar dois comportamentos semelhantes - e igualmente incompreensíveis para mim - quando cheguei na academia onde faço natação. É importante esclarecer que nado cedo, o que me obriga a levantar mais cedo ainda. Normalmente, chego à academia por volta das 6h45. Ontem não foi diferente. O extraordinário é que, antes das 7 horas da manhã, a atendente estava pendurada no telefone em conversa animadíssima com alguma amiga. Hello? Quem está animadíssimo antes das 7h da matina? E quem acha que esse é um bom horário para conversar com os outros? Falavam sobre absolutamente nada, é claro!
Peguei a chave do armário e fui guardar minhas coisas no vestiário. Pois não é que, quando entrei lá, constatei que havia uma mulher tomando banho e conversando pelo Nextel com um homem?! 
(Parêntesis importante: falar ao celular no banheiro é algo que eu JAMAIS farei. Não há situação, exceção, urgência que vá me obrigar a isso. Nananinanão. Nunca, jamais, em tempo algum.)
Gente, o que é isso? Como é que a critura conseguiu tomar banho e usar o Nextel ao mesmo tempo? A água do chuveiro estava aberta e era evidente, para nós que estávamos por lá, que as duas pessoas dialogavam, porque perguntas eram feitas e respostas eram dadas. 
Antes que alguém pense em sugerir que a conversa foi motivada por alguma emergência, já vou adiantar que se falava sobre banalidades.
Para mim, a lista de absurdos associada a essa situação é longa:
1. Todas as pessoas que passavam pelo vestiário ouviam a conversa.
2. Quem estava do outro lado do rádio, sabia que a pessoa com quem conversava estava tomando banho.
3. Quem estava tomando banho sabia que estava tomando banho e, supostamente, deveria saber que alguns equipamentos não convivem bem com a água.
4. Com a crise de água por que passa o estado de São Paulo, não é razoável prolongar um banho porque se está conversando com alguém.
Saí dali e, durante os 50 minutos que passei nadando, não consegui parar de pensar naquelas duas mulheres incapazes de reconhecer algo bem simples: não é porque o telefone é portátil que ele precisa/deve ser utilizado em qualquer lugar ou a qualquer hora do dia ou da noite.
O pior de tudo é que, nessas horas, eu fico com vergonha pelos outros...
 

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2 comentários:

Berná disse...

Fui testemunha dessas duas sem noçãozices! a gente não sabe se ri ou se chora...

Unknown disse...

Essa coisa de celular me dá nos nervos. As vezes deixo o meu desligado de propósito! E sabe que algumas pessoas cobram? Liguei para você e não consegui falar... ora, dane-se, se eu desliguei o celular era porque não queria falar com ninguém, não parece claro isto?